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Foto do escritorDenise Curi

Quando temos febre tomamos um antitérmico. E o planeta?



A temperatura média global da superfície da Terra, em 2020, empatou com 2016 que é considerado o ano mais quente já registrado. É o que mostra o relatório 2020 Tied for Warmest Year on Record, Nasa Analysis Shows.

No mesmo relatório, o NOOA (National Oceanic and Atmospheric Administration), aponta 2020 como o segundo ano mais quente, perdendo apenas para 2016. Já o GISS (Goddard Institute for Space Studies) defende que 2020 foi mais quente do que 2016. Apesar da pequena diferença entre os três institutos, eles compartilham a tendência de aumento da temperatura.

"Se um ano é um recorde ou não, não é tão importante - o que importa são as tendências de longo prazo. Com essas tendências, e conforme o impacto humano no clima aumenta, temos que esperar que os recordes continuem a ser quebrados", disse o diretor da GISS, Gavin Schmidt.

O que mais assusta é o fato de que, de acordo com o documento da NASA, dois eventos separados mudaram a quantidade de luz solar que atinge a superfície da Terra, e interferiram na temperatura do planeta:

  • Os incêndios florestais australianos, ocorridos durante a primeira metade do ano, que bloquearam a luz do sol e, provavelmente, tenham resfriando ligeiramente a atmosfera.

  • As paralisações globais, relacionadas à pandemia de Coronavirus (COVID-19) em andamento, reduziram a poluição do ar, permitindo que mais luz solar atingisse a superfície e produzindo um pequeno, mas potencialmente significativo, efeito de aquecimento.

Essas informações só confirmam a necessidade de fazermos algo imediatamente. O ano 2050 talvez seja longe demais "para abaixar a febre" do planeta.

Neste contexto, a as ações da empresa para a promoção da conservação ambiental ganha cada vez mais importância e urgência, e as razões são:

  • proteger a vida selvagem e promover a biodiversidade, o que implica em manter um ecossistema saudável e funcional;

  • proteger a terra. A proteção da terra é a única forma de conter as mudanças climáticas. Tudo, desde as florestas tropicais até o nosso litoral, tem um papel a desempenhar na luta contra as mudanças climáticas, bem como na proteção de nossas comunidades;

  • proteger a saúde humana: na prevenção do surgimento de novas doenças, na produção de medicamentos, e no agravamento de doenças causadas pela poluição e pelos ambientes insalubres.


Qual o Risco para o Negócios?


De acordo a consultoria Delloitte, existem vários impactos das mudanças climáticas nas empresas, a começar os impactos operacionais resultantes de eventos climáticos extremos ou escassez de abastecimento de água. Além destes, que são os mais óbvios, há os riscos de transição que surgem da resposta da sociedade às mudanças climáticas, tais como mudanças em tecnologias, mercados e regulamentação e que podem aumentar os custos do negócio, prejudicar a viabilidade de produtos ou serviços existentes ou afetar os valores dos ativos.


Outro risco relacionado ao clima para as empresas é o potencial passivo pela emissão de gases de efeito estufa (GEE). De acordo com a Delloitte, um número crescente de processos judiciais foi movido diretamente contra empresas de combustíveis fósseis e serviços públicos nos últimos anos, responsabilizando-as pelos efeitos danosos das mudanças climáticas.

Fontinelle sugere sete formas em que as mudanças ambientais afetarão as empresas:

  • Gastos de capital para a melhoria dos sistemas de emissão: de instalações poluentes e na instalação de sistemas de controle de emissão para cumprir as regulamentações sobre as emissões de gases de efeito estufa. As empresas mais afetadas foram as de energia.

  • Regras de limite e comércio: são mecanismo de comando e controle que visam reduzir as emissões de carbono, colocando um limite máximo na quantidade de poluição que uma empresa pode emitir e permitindo que as empresas vendam qualquer uma de suas licenças não utilizadas para outras empresas.

  • Preços mais altos para bens e serviços: ocasionados, de acordo com o autor, pelo aumento do custo de energia. É observação deve ser vista com cautela, uma vez que, muitas empresas estão migrando para energias renováveis, notadamente, a eólica que possui custos mais baixos do que as termoelétricas.

  • Mudança dos padrões climáticos: espera-se que os eventos ambientais se tornem mais severos, com uma variedade de consequências negativas para os negócios. Aqui podemos incluir tempestades, secas, elevação do nível do mar, aumento dos incêndios. Poderá haver perdas de regiões agrícolas e costeiras. As empresas que serão mais afetadas serão as seguradoras e as empresas de transporte marítimo. Além da população como um todo.

  • Mudança na demanda por bens: principalmente entre a população mais jovem há uma demanda crescente por produtos que sejam menos prejudiciais ao meio ambiente, e uma tendência na redução do consumo de bens duráveis, uma vez que cresce a adoção da prática de compartilhamento de bens.

  • Mudando as percepções públicas: muitas empresas, preocupadas com sua reputação aderem a onda verde.


Se há risco, também há oportunidades

A Delloitte lembra que a mudança climática também oferece oportunidades de negócios:

  • as empresas podem ter como objetivo melhorar a produtividade dos seus recursos (por exemplo, aumentando a eficiência energética), reduzindo assim os seus custos;

  • as mudanças climáticas podem estimular a inovação, inspirando novos produtos e serviços que são menos intensivos em carbono ou que permitem a redução de carbono por terceiros;

  • as empresas podem aumentar a resiliência de suas cadeias de abastecimento, por exemplo, reduzindo a dependência de combustíveis fósseis com preços voláteis, migrando para a energia renovável.

De acordo com a consultoria, juntas, essas ações podem fomentar a competitividade e desbloquear novas oportunidades de mercado.


Possuir um bom sistema de Gestão Estratégica da Sustentabilidade com certeza ajudará a empresa a reduzir seus riscos, cuidar de sua reputação, enxergar oportunidades e gerar mais valor para os Stakeholders.

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